Angela Togeiro
Um segundo para começar o Ano-novo.
No silêncio, na solidão do coração,
um poeta ouve o torvelim dos corações:
Vou parar de fumar, de beber, de me drogar,
vou fazer regime, vou estudar,
vou trabalhar, vou rezar, vou cantar,
vou comprar um carro novo,
vou te amar para sempre. Juro.
Vou... vou... vou... Juro, juro. Juro!
Não vou mais roubar, matar,
não vou mais desejar mal a ninguém,
não vou mais enganar meu semelhante,
não vou mais inventar bombas,
nem outras coisas que destruam a vida,
não vou mais explorar a cidadania do meu povo,
não vou mais ser mau exemplo... de nada. Juro.
Não vou... não vou... não vou... Juro, juro. Juro!
Brindes. Taças que se tocam. Sorrisos.
Abraços. Beijos. Música. Danças.
No coração solitário do poeta,
a esperança renasce majestosa.
O poeta feliz ergue sua taça.
Sua bebida tem gosto de sonho,
de encontros, de fé, de dias melhores.
E o ano-novo chega. Pontual. Inclemente.
...Tantas promessas vãs, tanto ano-novo... todo ano...
A taça do poeta se enche de lágrimas.
No seu coração, a alegria se esvazia.
Fica só a poesia - única certeza e companhia,
até o próximo brinde de Feliz Ano-novo!
Angela Togeiro
Luzes e mais luzes
colorem a cidade,
clareiam corações,
esperançam sonhos.
Natal!
A vinda se faz em silêncio.
Nos presépios, a manjedoura
mostra Deus Menino,
braços abertos, humildes,
depositário das almas humanas.
Na chegada abraçará
nossos anseios,
e cheios desta certeza
começaremos novo caminhar.
As luzes da cidade se apagarão
por que, dentro de cada um de nós,
a centelha divina reavivou.
A cidade terá agora o nosso brilho,
o brilho do Senhor,
do que veio vestido de Paz.
Noël!
Les lumières de la ville s'effaceront
Ciudad Navideña 2010
Luces y más luces
En la llegada abrazará nuestros deseos,
Las luces de la ciudad se apagarán